
PSD goiano mantém fidelidade a Marconi Perillo, mas espera 2018 para seguir seu destino

Por Wilson Silvestre – Após o resultado das urnas em 2016, o PSD contabilizou um saldo positivo em Goiás, elegendo 17 prefeitos, 25 vices e 211 vereadores, firmando-se como um partido orgânico. Além disso, tornou-se a terceira força política conquistando dois municípios estratégicos: Senador Canedo (Região Metropolita de Goiânia) e Luziânia, no Entorno de Brasília.
Liderados pelo presidente estadual e secretário de estado, Vilmar Rocha o PSD sonha alto e sente-se cacifado a influir no processo eleitoral de 2018. “Esses números [citados acima] nos colocam atrás apenas do PSDB e do PMDB. Em 2012, também alcançamos essa terceira posição nas eleições municipais, mas muitos candidatos vieram de outros partidos. Nosso desafio era manter essa colocação e alcançamos nosso objetivo”, disse Vilmar num recente encontro com eleitos.
Na conversa com o blog, Vilmar disse que o PSD está numa fase de avaliação sobre o futuro. “O partido mantém-se na trajetória estabelecida pela executiva no início do ano. Vamos esperar 2018 para avaliar o cenário político, se for conveniente, lançamos candidatura própria ou podemos apoiar outro candidato. Queremos a melhor melhor alternativa para Goiás, para nosso partido e também para a base do governador Marconi”, frisa Vilmar.
A experiência dos mais de 40 anos de vida pública com dois mandatos de deputado estadual, cinco de deputado federal e vários cargos no executivo, Vilmar percebe que precisa de muita ‘calma nesta hora’. Convergir para uma candidatura agora, por mais leal e respeitosa que seja a relação partidária com o governador Marconi Perillo e seu vice, José Eliton, soa prematuro.
DIPLOMATA E ESTRATEGISTA – Vilmar pertence a elite da política goiana e seu maior ativo está no fato de que manteve a coerência ideológica sem macular valores éticos e moral. Pode-se até não concordar com seu estilo diplomático, afável para a celeridade em que a política se move, mas um fato é incontestável: ele é leal, sabe canalizar o sentimento das ruas e transmitir isto aos aliados.
Ele ouve eleitores, a executiva do partido, sua base e também sabe dialogar com os meio de comunicação, mas não se guia só por consultores e marqueteiros. Ele aproveita sugestões, ideias e as submete aos aliados retirando uma estratégia que se alia ao senso comum. Por conta deste estilo conciliador, sua convicção é a de que os políticos, neste momento, precisam reconquistar a confiança da população “na política como formuladora do desenvolvimento econômico e conquistas sociais”.
Atento às mudanças que sopram da sociedade e calejado no meio partidário, Vilmar respeita as vozes das ruas, mas elas não são o único caminho para mudar o país. Existe um conjunto de forças na sociedade que se juntam para, por meio da política, encontrar o caminho que o país tanto busca e precisa.
Não se faz mudanças comportamentais só pelas redes sociais e a mídia de um modo geral, pois a maioria da população não se fia nas plataformas digitais para mudar suas vidas ou o país. As pessoas estão preocupadas é com a sobrevivência, o emprego, a escola, a saúde e por ai vai. A ‘revolução’, tanto clamada pela direita ou a esquerda liderada pelo PT, se restringe a uma parcela reduzida. As pesquisas estão ai para atestar isso. Lula segue liderando a intenção de votos, mas é também o mais rejeitado dos pré-candidatos.

Para o deputado estadual, Francisco Jr (PSD), uma das estrelas do partido, não só pelo desempenho eleitoral na disputa para prefeito de Goiânia, mas pelo trabalho na consolidação do partido, o quadro ainda é muito incerto e sem definição no tabuleiro da legislação. “Não sabemos como serão as regras eleitoral em 2018 e muito menos como será o financiamento de campanha. Fica difícil fecharmos acordo com candidatura agora se existem muitas variáveis que podem mudar o quadro atual”, pondera.
O deputado fala com a experiência de quem disputou a prefeitura de Goiânia sem apoio financeiro. Tido como um ‘azarão’ sem nenhuma chance de vitória e figurando nas pesquisas em quinto lugar, surpreendeu até os mais otimistas, conquistando o terceiro lugar na preferência do eleitorado goianiense. Foram 63.712 votos (9,31%), desbancando até o PT. Por conta de seu trabalho e um discurso afinado com o desejo de renovação na política, Francisco é uma das apostas pessedista para a Câmara Federal.
Sobre o desempenho do pré-candidato do Palácio das Esmeraldas, vice-governador José Eliton (PSDB), Francisco Júnior acredita que o governador Marconi acertou a mão ao lançar o programa ‘Goiás na Frente’. “Além do apoio financeiro às prefeituras, coloca o governo numa posição mais confortável na interlocução com lideranças nos variados partidos, incluindo os que não são da base governista, dando a José Eliton um discurso consistente sobre as conquistas econômicas e sociais do governo Marconi Perillo”, avalia.
Quanto as pré-candidaturas do senador Ronaldo Caiado (DEM), Francisco Júnior analisa que, ao enfrentar o contraponto de outros candidatos no horário eleitoral, Ronaldo terá muita dificuldade em convencer o eleitor de que ele é o nome certo para o governo. “Ele terá que explicar ao eleitor por que muda tanto de aliados”, alfineta.

O presidente do diretório metropolitano do PSD, Dagoberto Menezes advoga a mesma tese: “Concordo com o presidente Vilmar Rocha e o deputado Francisco Júnior quanto apoiar candidatura neste momento. A situação política do país recomenda muita cautela e qualquer erro pode refletir em 2018. Nossa posição como legenda aliada é contribuir com a governabilidade, mas também pensar no futuro do partido”. Dagoberto fala com a experiência em ter contribuído com a vitória de dois vereadores em Goiânia, superando até a força do PSDB. “Sem regras claras não podemos colocar em risco nosso capital político”, avalia Dagoberto.
O PSD sabe que precisa botar o pé na estrada e seus prefeitos tem consciência que neste momento, o dono dos recursos chama-se governador Marconi Perillo. Portanto, recomenda-se temperança. É isso que Vilmar Rocha prega aos aliados. “Vamos deixar para 2018 a discussão para saber se apoiamos o candidato do PSDB ou se teremos candidatura própria. Até lá, a vida partidária segue e a política também”, finaliza.